A arte de manter a calma em dez passos

  1. Tome seus remédios conforme a prescrição médica. Isso inclui até vitamina, pílula, o que for. Estar em dia com seus medicamentos é fundamental, não importa a sua condição (isso não tem nada a ver com doença mental, vale para todo mundo). Seu corpo precisa estar equilibrado para você manter a calma. Certifique-se de que seu dia será normal mantendo seu corpo com a quantidade normal de remédios, a qual você está acostumado.
  2. Tenha um padrão de café da manhã. Seja por conta de dieta ou não, é imprescindível que você mantenha um padrão diário de alimentação. Crie esse hábito. Não, ir todo dia no Starbucks não conta se você não comer nada e só beber café. Quando eu falo “café da manhã”, estou me referindo a uma mesa com pão, queijo, manteiga (ou Becel triste, no meu caso), o que preferir. Ênfase em MESA. Estou me referindo a comer com calma. O café da manhã tem que ser uma refeição completa e a coisa mais gostosa do seu dia. Você tem que começar o seu dia de forma ESPETACULAR, dentro da sua possibilidade de dieta, claro. Não se trata de comer besteira, mas de comer BEM. Se você não tem esse hábito, se você sai afobado porta afora e vai para uma fila apressada de café, qual é a chance de você passar o dia inteiro afobado? COMA. COM CALMA. Não pule o café da manhã. Comece pedindo algo para comer no Starbucks, sente-se e contemple um pouco as coisas. Mas depois livre-se das coisas gordas dessa loja; a longo prazo isso pode fazer muito mal.
  3. Algo mudou na ida para o trabalho? Se algo foi diferente-ruim (ônibus demorou, metrô cheio, trânsito devagar), isso pode afetar o seu humor para o dia inteiro. Ter consciência disso vai fazer você se acalmar se algum idiota cruzar o seu caminho: não foi o idiota, foi o trânsito.
  4. Coma antes de responder a qualquer provocação. E-mail sem noção, amigo maluco nas redes sociais, etc. Só responda se você tiver comido antes.
  5. Sorria. Sorria muito. Até na hora de dar esporro, comece sorrindo. O esporro vai sair suave. Se um energúmeno faz uma coisa idiota e prejudica o seu trabalho, por que você deixaria esse mesmo energúmeno estragar o seu dia? Você é melhor que isso. Eu entendo que gritar e estrebuchar vai lhe dar um certo alívio, porém esteja ciente de que descarregar sua fúria no outro vai levar o outro a ficar carregado de raiva também. A raiva sai de você e vai para o outro, que pode gritar de volta, ou, pior, pode querer se vingar de você lentamente distribuindo essa raiva ao seu redor, em pequenos pacotes. Fuja desse círculo vicioso. Não exploda com ninguém, que assim a raiva não vai retornar. Não dissemine a raiva, reduza-a. É melhor para todo mundo.
  6. Seja lá qual foi a coisa que tirou você do sério, não deixe que isso tome conta do seu dia inteiro. Resolva-a o mais rapidamente possível. Eis um estímulo para lidar calmamente com coisas idiotas: é que assim passa mais rápido. Veja o meu exemplo: eu comecei escrevendo um e-mail, fiquei nessa quase 15 minutos. Deu fome, fui comer e quando voltei achei melhor ligar logo para a pessoa, explicar a situação e perguntar se a pessoa então poderia por favor me ajudar fazendo x, y e z. Eu não consegui evitar a caquinha que a pessoa fez (idiota!!), mas a ligação foi menos de 5 minutos e ela concordou com as minhas ponderações: vai fazer x, y e z, ou seja, o sofrimento foi bem menor para mim. Resultado: em vez de durar o dia inteiro via e-mail, a coisa se resumiu a poucos minutos do meu dia.
  7. Ignore se a coisa toda for de baixa prioridade. Por exemplo: redes sociais. A não ser que você ganhe dinheiro com isso, sua relação com as pessoas da sua rede é meramente pessoal. Deixe para o fim do dia, portanto, quando você já saiu do trabalho e de todos os pequenos perrengues do dia. Ah, mas você vai ver tudo defasado?! Não vai saber quais foram as tretas da manhã?! E DAÍ?? Pare para pensar. A vida é muito melhor sem tretas. Ainda mais tretas de manhã. Mesmo que você ache que seus amigos sejam “alta prioridade” para você, e você ache que precisa manter um perfil legal nas redes sociais, etc. e tal, reflita sobre isso. Elas são tão importantes assim que você precisa postar para elas ou respondê-las todo dia? Por acaso você é alta prioridade para esse pessoal? Claro que não. As pessoas postam para todo um público, não só para você. Seus amigos não ganham seu salário por você, não lavam a roupa por você, não passam estresse por você. Sem contar que seus posts podem estressar alguém.
  8. Não comece o dia abrindo o WhatsApp. Não faça isso de jeito nenhum. Você vai ficar estressado com as mensagens aleatórias de bom dia em grupos bizarros. Pare para pensar: não faz sentido algum entrar em um aplicativo para se estressar – contudo, você faz isso todo dia, e todo dia se estressa lá com as mensagens de bom dia, correntes freak, fake news. WhatsApp é fonte certa de estresse; não tente negar. E o conselho é ridículo de simples aqui: para você manter a calma, simplesmente evite-o. Abra de noite. Ou não abra. Limpe sua vida desses grupos. Fuja. Restrinja a comunicação ao mínimo necessário. Não deixe que o trabalho se infiltre pelo aplicativo – ele pode chegar para você às dez da noite, o que é horrível. Você vai dormir perturbado e o dia seguinte já vai começar tosco. Reflita! O que de absolutamente relevante de trabalho chegou para você por WhatsApp que alguém não tenha replicado para o seu e-mail? (na boa….). Importante: não estou demonizando o WhatsApp, mas observe ao seu redor. Quantas pessoas estão estressadas teclando no celular ou passando áudio furioso? Eu vejo pelo menos umas 5-6 pessoas por dia na rua assim. Esta é uma ferramenta bastante útil e uma mão na roda quando serve para NOS AJUDAR. Mas, se não está ajudando, pulemos fora.
  9. Faça uma lista de tudo o que o estressa no dia a dia. Conheça os chamados “triggers”, aquelas coisas que despertam o seu monstro interior. É certo que você pode agir para resolver 99% dessa lista. E atenção com os itens onde você culpa terceiros, por exemplo: “Fulana gritando todo dia do meu lado”. A culpa é realmente dela? Já tentou falar com ela de forma educada a respeito disso?
  10. Tente encontrar padrões no seu acesso de fúria. Vou dar o meu exemplo. A minha fúria vinha com a fome. Posso cravar isso com 99% de certeza: se eu me alimentar mal, vou ficar furiosa com alguma situação estressante. E isso é comum em muita gente. É só observar ao redor. E por isso eu digo: observe-se. Veja se a coisa toda não é fome ou alimentação ruim. Claro, você pode ter algum outro padrão. Autoconhecimento é fundamental. Pegue um evento e vá andando para trás: “aconteceu x. Eu me estressei. Por quê?” “por causa de y. E por quê isso me estressou?” “porque z aconteceu. Ok. E aí, por que isso me estressou tanto?” Se você seguir os porquês (vá espichando até 6 ou 7 porquês), provavelmente vai chegar a uma razão como “não comi direito hoje”. Ou às vezes foi uma coisa trivial, tipo “não dormi direito hoje”. Investigue-se. Você vai se surpreender com o resultado.
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